segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ardi: A nova "mãe" da Humanidade

A história da humanidade voltou a recuar no tempo agora que os cientistas concluíram o estudo de Ardi, um hominídeo que viveu há 4.4 milhões de anos numa região que atualmente faz parte da Etiópia.


Com 1,20m e 50 quilos, esta fêmea vagueou pela floresta milhões de anos antes da famosa Lucy, nome de batismo do esqueleto de um outro hominídeo descoberto em 1974, tido até agora como o mais remoto antepassado do Homem.

Nova luz sobre a evolução


O estudo de Ardi lançou uma nova luz sobre a evolução do Homem, disse o antropólogo C. Owen Lovejoy da Universidade de Kent, EUA.

Ao contrário do que se pensava até agora o antepassado mais remoto do homem não será um grande símio semelhante a um chimpanzé. Com efeito, os cientistas garantem agora que o Homem e o chimpanzé teriam seguido caminhos paralelos a partir de um antepassado comum.

"Ardi não é esse antepassado comum, mas nunca tínhamos chegado tão perto", afirmou Tim White, diretor do Centro de Investigação da Evolução Humana da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA.                                                  

White acredita que essa criatura a partir da qual Homem e macaco evoluíram, terá vivido há cerca de seis ou sete milhões de anos.

Mas Ardi tem muitos traços que atualmente não se encontram nos atuais macacos africanos, o que permite concluir que estes terão evoluído consideravelmente desde que partilharam com o Homem o tal antepassado comum.

Das árvores para o solo

O estudo de Ardi, que começou em 1994, ano em que foram descobertos os primeiros ossos, permitiu concluir que viveria na floresta e que poderia subir às árvores usando os membros superiores e inferiores, mas o desenvolvimento dos seus braços e pernas revelou que passariam pouco tempo empoleirados. No solo, eram capazes de caminhar sobre os membros inferiores.

Sob a designação científica Ardipithecus ramidus, que significa "símio do chão", foi esta descoberta cientificamente documentada em 11 artigos ontem publicados na revista "Science".

Para David Pilbeam curador do Museu de Arqueologia e Etnologia de Harvard, "esta é uma das descobertas mais importantes no estudo da evolução da Humanidade".

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