Por Eric Klinke A. Coelho
Caio Júlio César (100 a.C. – 44 a.C), militar e estadista romano (imagem ao lado), comumente é titulado como primeiro Imperador romano. Isso devido à confusão que ocorre entre o termo atual Imperador e o original romano imperator.
Caio Júlio César (100 a.C. – 44 a.C), militar e estadista romano (imagem ao lado), comumente é titulado como primeiro Imperador romano. Isso devido à confusão que ocorre entre o termo atual Imperador e o original romano imperator.
Historicamente, o primeiro Imperador romano é Caio Júlio César Otaviano (sobrinho-neto de Júlio César e herdeiro adotivo), que depois de assumir o poder absoluto, acrescentou ao seu nome o título de Augusto.
Originalmente, imperator não tinha o sentido de governante absoluto. Imperium era a palavra latina que designava o conceito romano de autoridade. É a personificação, no magistrado, da supremacia do Estado, supremacia que exige a obediencia de todo o cidadão. O imperium compreende o poder de tomar auspícios, mesmo fora de Roma; o poder de levantar tropas e comandá-las; o direito de apresentar propostas aos comícios; a faculdade de deter e punir os cidadãos culpados e a administração da justiça nos assuntos privados. As magistraturas romanas (cargos públicos) eram divididas entre as sine imperium (sem império) e cum imperium (com império). O cônsul, o pretor e o edil (além da magistratura extraordinária, a ditadura) detinham o império.
Generais vitoriosos também recebiam o título de Imperator por suas tropas. Esta aclamação conferia o direito do general pedir a realização de uma parada triunfal ao senado.
Logo, César, como tantos outros magistrados antes dele, deteve o imperium. César, tornou-se edil em 65 a.C. e chegou ao consulado em 59 a.C., cargo máximo na República romana. Ao final de seu mandato de um ano recebeu poderes proconsulares para governar as províncias da Gália e da Ilíria por cinco anos. E como general vitorioso na guerra da Gália, César também foi aclamado imperator por suas tropas.
Quando em 50 a.C. foi destituído pelo Senado de seus poderes proconsulares, travou guerra civil com seu antigo aliado Gneu Pompeu Magno. Ao sair vencedor e tendo o Senado aos seus pés, foi declarado ditador, até ser assassinado em 44 a.C.
Seu sobrinho e herdeiro, Caio César Otaviano (ao lado), depois de vencer os assassinos de César e o antigo aliado de seu tio-avô, Marco Antônio em uma nova guerra civil, surgiu frente ao Senado como salvador da República. Os poderes foram se concentrando em suas mãos. Em 29 a.C. recebeu o título de Imperator, tornando-se comandante supremo das forças armadas. Depois disso, apenas o imperador poderia receber esse título. Em 28 a.C torna-se princeps senatus, líder do Senado. Finalmente, em 27 a.C. é declarado Augustus, divino, título que ficou associado a todos os governantes seguintes, assim como o título Imperator.
Dessa forma, Júlio Cesar, apesar de ter quebrado as tradições republicanas e ter se tornado ditador vitalício, nunca foi declarado Imperator pelo Senado. Seu herdeiro, que adotou o nome de César (nome que também foi agregado pelos imperadores seguintes) Augusto, foi o primeiro da longa lista de Imperadores Romanos que vai até Rômulo Augusto, em 476 no Império do Ocidente e Constantino XI Paleólogo, em 1453 no Império do Oriente ou Bizantino.
Legal...Gostei da ideia dos textos historicos
ResponderExcluirAmo vc!! Vc é um ótimo escritor
Uma dúvida....
ResponderExcluirCésar morreu com 144 anos?
Como sempre, em tudo que faz, mostra muito a sua inteligência. Parabéns!