quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A abdicação de um papa


Notícia que pegou o mundo de surpresa, a abdicação do papa Bento XVI mostrou uma possibilidade que não acontecia há quase 600 anos: o papa, como monarca do Estado do Vaticano, também pode deixar o poder. Desde o Papa Gregório XII, que abdicou em 1416, todos os papas desde então mantiveram-se no cargo até o fim.

A lista dos papas papas que abdicaram é controversa: umas listam quatro (com Bento XVI), outros sete e até dez. Algumas relações apontam apenas Celestino V como o único papa a abdicar formalmente. Com uma História que está prestes a alcançar dois milênios, a História do papado encontra pontos obscuros e até mesmo contraditórios.
Dos papas que abdicaram, é interessante destacar os seguintes:
Ponciano
A primeira abdicação seria do papa Ponciano, em 235 d.C.. Exilado na Sardenha, ele percebeu que não poderia exercer a liderança da igreja e achou por bem abdicar.
Praticamente pelo mesmo motivo abdicou Silvério, em 537. Obrigado a se exilar na ilha de Palmaria pela Imperatriz Teodora, quando conseguiu retornar ao Vaticano, descobriu que a imperatriz já tinha colocado outro papa em seu lugar.
Celestino V
Em 1009, outro papa abdica, João XVIII, que deixou o cargo para viver como monge. Não se passaram nem 50 anos e mais um papa deixa a cátedra de São Pedro: Bento IX abdica para beneficiar seu padrinho, João Graciano. Entretanto, Bento IX voltou ao cargo dois anos depois.
Em 1234, abdica Celestino V. Considerado um mal administrador, chegou a indicar cardeais diferentes para o mesmo cargo. Foi forçado a abdicar e viver uma vida de reclusão. Alguns supõe que teria sido assassinado dois anos após deixar o cargo pelo seu próprio sucessor, mas não há provas conclusivas. Alguns veem como sinal da renúncia de Bento XVI a visita que ele fez ano passado à tumba de Celestino V.
Para estancar a crise gerada com o Cisma do Ocidente, quando a igreja teve um papa em Roma e outro em Avignon, na França, Gregório XII abdicou em 1415. Seu ato foi parte de uma negociação montada no Concílio de Constança para acabar com a crise que já vinha desde 1378.
A renúncia ao cargo de Bento XVI vai criar um conclave incomum: ao invés de escolher um papa após a morte do anterior, este que começará em meados de março escolherá o próximo com o anterior ainda vivo. E os vaticanistas se perguntam: em quanto Joseph Ratzinger, ex-papa (não sei se existe o termo) Bento XVI influenciará na escolha de seu sucessor?
Bento XVI


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